Trump Quer vender “Gold Cards” de US$ 5 milhões: O que isso significa?
O presidente Donald Trump voltou a agitar o cenário político com uma proposta ousada: a criação do “gold card”, um visto especial para estrangeiros dispostos a desembolsar US$ 5 milhões. Mas o que exatamente significa essa ideia e quais são suas implicações?
O que é o “Gold Card”?
O “gold card” seria um visto de residência permanente nos Estados Unidos, semelhante ao tradicional “green card”, mas com um diferencial: ele poderia ser adquirido mediante pagamento. Os beneficiários teriam direito a morar nos EUA e, futuramente, poderiam até solicitar a cidadania americana.
A ideia não é completamente nova. Diversos países já adotam programas parecidos, permitindo que investidores obtenham residência em troca de aportes financeiros. Em Malta, Áustria e Portugal, por exemplo, existem programas semelhantes, muitas vezes criticados por favorecerem os mais ricos e aumentarem o preço dos imóveis locais.
O que Trump espera com essa medida?
Trump argumenta que a venda dos “gold cards” poderia ajudar a reduzir a dívida nacional dos EUA, atualmente na casa dos US$ 36 trilhões. Segundo ele, atrair investidores milionários seria uma forma eficaz de fortalecer a economia americana sem aumentar impostos para os cidadãos comuns.
Além disso, o “gold card” poderia substituir o atual visto EB-5, que exige investimentos e a criação de empregos nos EUA. Com a nova proposta, o processo se tornaria mais simples: quem pagasse o valor estipulado teria acesso imediato ao benefício, sem precisar cumprir exigências adicionais.
As controvérsias da proposta
Especialistas, no entanto, levantam dúvidas sobre a viabilidade do plano. David J. Bier, analista do Instituto Cato, destaca que o presidente não pode simplesmente substituir o visto EB-5 sem a aprovação do Congresso. Além disso, há o risco de que a alta quantia exigida desencoraje investidores, especialmente os chineses, que historicamente foram os principais solicitantes do visto EB-5.
Outra crítica envolve a questão tributária. Segundo os detalhes iniciais da proposta, os portadores do “gold card” ficariam isentos de pagar impostos sobre rendimentos obtidos fora dos EUA, o que pode ser visto como um privilégio injusto.
O que vem pela frente?
O “gold card” ainda está em fase de discussão e não há previsão de quando (ou se) será implementado. Enquanto isso, a proposta segue dividindo opiniões: para alguns, é uma solução criativa para atrair investimentos; para outros, é apenas uma maneira de “vender” a residência americana aos mais ricos.
Nos próximos meses, o debate deve esquentar ainda mais, e resta saber se essa ideia ousada de Trump ganhará apoio suficiente para sair do papel.