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Dólar a R$ 5,90: ainda vale a pena investir no exterior ou é hora da renda fixa brasileira?

Alta da moeda americana reacende debate entre investidores sobre a melhor estratégia para abril: aproveitar o câmbio para comprar ativos globais ou reforçar a carteira com títulos nacionais?

Dólar valorizado pode ser oportunidade ou alerta, dependendo da estratégia do investidor. (Foto: Unsplash)

O dólar voltou aos holofotes do mercado brasileiro ao atingir R$ 5,90 nesta segunda semana de abril. A valorização da moeda americana, que já acumula alta significativa em 2025, trouxe à tona uma velha dúvida entre os investidores: ainda faz sentido investir no exterior com o dólar tão caro? Ou o cenário atual favorece ativos locais, como a renda fixa brasileira?

A resposta, como quase tudo no mercado financeiro, depende. Mas uma coisa é certa: o novo patamar do câmbio exige atenção redobrada de quem busca equilibrar rentabilidade, risco e diversificação na carteira.

A alta do dólar não aconteceu por acaso. Uma combinação de fatores internos e externos contribuiu para o avanço da moeda americana frente ao real:

  • Cenário fiscal brasileiro frágil, com aumento das incertezas sobre a capacidade do governo de cumprir metas de gastos e estabilizar a dívida pública.

  • Reprecificação dos juros nos EUA, após sinais de que o Federal Reserve pode manter as taxas elevadas por mais tempo para conter a inflação.

  • Avanço de tensões geopolíticas, como o conflito no Oriente Médio e novas sanções comerciais entre potências, o que aumenta a demanda global por ativos considerados seguros, como o dólar.

Além disso, dados recentes do Banco Central revelam um aumento na fuga de capitais estrangeiros da bolsa brasileira, o que também pressiona o câmbio.

Investir no exterior com o dólar alto: vale a pena?

Com o dólar em quase R$ 6, é natural que muitos investidores considerem que o momento de alocar recursos em ativos internacionais já passou. Porém, segundo analistas ouvidos pelo portal O Petróleo, o cenário não é tão simples.

Apesar do custo de entrada elevado, investir no exterior ainda pode fazer sentido, especialmente como forma de proteger o patrimônio contra a desvalorização do real e diversificar a carteira frente aos riscos locais. A exposição a economias sólidas — como EUA e Europa — pode oferecer resiliência em tempos de incerteza.

Opções como ETFs internacionais, fundos cambiais, BDRs e ações listadas no exterior continuam acessíveis para brasileiros por meio de corretoras locais, e podem ser incorporadas gradualmente ao portfólio. Uma estratégia comum nesse cenário é o hedge cambial natural — investir uma pequena parte da carteira no exterior como proteção.

A força da renda fixa brasileira

Por outro lado, a renda fixa nacional voltou a brilhar em 2025, com taxas atrativas e risco relativamente baixo. Com a Selic ainda em patamares elevados, ativos como Tesouro IPCA+, CDBs de bancos médios, LCIs e LCAs oferecem retornos reais interessantes, principalmente para quem deseja garantir previsibilidade e segurança.

Além disso, a expectativa de cortes graduais na taxa básica de juros nos próximos meses ainda permite travar boas rentabilidades por prazos longos — o que tem atraído tanto investidores conservadores quanto aqueles mais atentos à relação risco x retorno.

Estratégias para abril: onde colocar o dinheiro agora?

A Cosmo Digital publicou recentemente um guia completo sobre os melhores ativos para este mês, com base em análises do Banco do Brasil. Lá, especialistas indicam as classes que mais se beneficiam do momento atual — desde títulos públicos até oportunidades pontuais na renda variável:

👉 Onde investir em abril: as melhores oportunidades segundo o BB

O conteúdo traz insights sobre:

  • Fundos DI e Tesouro Selic para reserva de emergência

  • Títulos prefixados e atrelados ao IPCA com vencimentos atrativos

  • Fundos multimercado com foco em arbitragem de juros

  • Ativos internacionais como alternativa de longo prazo

  • Oportunidades pontuais na bolsa brasileira

Diversificar continua sendo o melhor caminho

Diante do cenário atual, especialistas recomendam diversificar geograficamente e por tipo de ativo, evitando apostas concentradas em apenas um mercado. Isso significa equilibrar exposição ao dólar com investimentos em reais, combinando renda fixa com ativos de maior risco conforme o perfil do investidor.

É importante lembrar que o câmbio é volátil — o que hoje parece caro pode se mostrar barato amanhã, e vice-versa. Por isso, o ideal é adotar estratégias consistentes e acompanhar de perto os movimentos do mercado, sempre com foco nos seus objetivos financeiros.

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